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Este artigo apareceu originalmente no ACC Docket, publicado pela Association of Corporate Counsel em 30 de abril de 2024, e foi escrito por Olga V. Mack, Brian E. Mack e Drew Miller. Esta é uma versão traduzida preparada por Daniel Ruy.

 

A crescente integração da Inteligência Artificial (IA), especialmente a IA Generativa, em diversos setores empresariais marca uma era transformadora nas práticas comerciais. As equipes jurídicas internas são compelidas a enfrentar e se adaptar aos desafios distintos que essa tecnologia introduz nos frameworks contratuais. A natureza dinâmica e frequentemente imprevisível da IA exige uma abordagem proativa e visionária na redação e alteração de contratos. Os profissionais jurídicos devem agora navegar com previsão estratégica, garantindo que os acordos sejam juridicamente sólidos e suficientemente ágeis para acomodar a rápida evolução e os riscos únicos associados à IA.

Implicações Legais da IA

À medida que as tecnologias de IA avançam, surgem questões-chave relacionadas a contratos comerciais, propriedade intelectual (PI), privacidade e segurança de dados.

Nos contratos comerciais, a integração da IA exige a reavaliação de cláusulas tradicionais para abordar as características únicas e as potenciais responsabilidades das tecnologias. Questões de PI surgem especialmente em cenários onde sistemas de IA, incluindo aqueles baseados em grandes modelos de linguagem (LLMs1), são "treinados" em conteúdo potencialmente protegido ou geram novos conteúdos, levantando questões sobre propriedade e infração. A privacidade e a segurança de dados ganham importância dada a dependência da IA em grandes conjuntos de dados, que frequentemente contêm informações pessoais identificáveis (PII2) ou outros dados sensíveis.

O cenário legal em torno da IA está evoluindo rapidamente, influenciando como os direitos e obrigações contratuais são interpretados e aplicados. Essa evolução é impulsionada por precedentes emergentes, desenvolvimentos regulatórios e um reconhecimento crescente do impacto transformador da IA em diversos setores. Consequentemente, os profissionais jurídicos devem não apenas se manter atualizados com as leis e regulamentos atuais, mas também antecipar futuras mudanças que possam impactar a implementação da IA dentro de suas organizações.

Cláusulas-Chave para Contratos Relacionados à IA

Nos contratos relacionados à IA, há várias cláusulas-chave que devem ser elaboradas para abordar os desafios únicos impostos pelas tecnologias de IA

Limitações de Responsabilidade

A necessidade de cláusulas de responsabilidade bem definidas é Central nos contratos relacionados à IA, especialmente porque a IA pode tomar decisões autônomas que podem levar a resultados imprevistos. É crucial delinear a extensão da responsabilidade de cada parte, particularmente em cenários onde ações baseadas ou tomadas pelo resultado de uma tecnologia de IA resultam em perda financeira, interrupção operacional ou disputas legais. Essas cláusulas devem detalhar as responsabilidades e limitações de cada parte, fornecendo um framework claro para a responsabilidade (e quaisquer limitações a ela) no complexo cenário de tomada de decisão resultante, pelo menos em parte, do uso da IA.

Uso de Dados e Privacidade

Dada a dependência da IA em vastos conjuntos de dados, os contratos devem definir rigorosamente os termos de uso, armazenamento e proteção de dados. Isso inclui a estrita adesão às leis de proteção de dados, como o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR3) e a Lei de Privacidade do Consumidor da Califórnia (CCPA4), garantindo que todas as atividades relacionadas à IA cumpram os padrões legais e éticos. Estabelecer protocolos claros de manuseio de dados é crucial para manter a confiança pública e proteger informações sensíveis.

Considerações de Propriedade Intelectual

A interação potencial da IA com a propriedade intelectual, nomeadamente obras protegidas, apresenta desafios únicos, particularmente em relação à propriedade dos resultados gerados pela IA e ao uso de dados ou algoritmos de terceiros. Os contratos devem abordar explicitamente essas questões para evitar ambiguidades sobre direitos de PI e permissões de uso. Isso deve incluir a delimitação dos direitos sobre qualquer nova PI criada pela IA, os termos de uso para PI existente nos processos de IA e o tratamento de possíveis reivindicações de infração de PI.

Padrões de Desempenho e Garantias

Para garantir a confiabilidade e a eficácia, os contratos relacionados à IA devem incluir disposições específicas para padrões de desempenho e níveis de serviço. Essas disposições devem definir as métricas de desempenho esperadas, compromissos de tempo de atividade e garantias de qualidade. Além disso, os contratos devem especificar os remédios e/ou compensações disponíveis em casos de falhas de desempenho ou interrupções de serviço, protegendo assim os interesses de todas as partes envolvidas.

Atualizações e Modificações

A natureza rapidamente evolutiva da tecnologia de IA exige cláusulas nos contratos que abordem atualizações e modificações. Essas cláusulas devem detalhar como as atualizações e modificações são gerenciadas, a parte responsável pela implementação das atualizações e modificações, e os aspectos financeiros relacionados a essas mudanças. Tais cláusulas garantem que o sistema de IA permaneça atualizado e continue a funcionar de forma eficaz, mantendo também a clareza sobre responsabilidades e custos associados aos avanços tecnológicos.

Incorporar essas cláusulas-chave em contratos relacioados à IA é imperativo para gerenciar as complexidades e os riscos associados à integração da IA, garantindo conformidade legal e eficiência operacional.

Estratégias para Negociações Eficazes de Contratos de IA

Elaborar contratos robustos e adaptáveis relacionados à IA requer estratégias de negociação eficazes. Aqui estão algumas estratégias-chave a considerar:

Avaliação e Alocação de Riscos

Um passo crucial nas negociações de contratos relacionados à IA envolve uma avaliação minuciosa dos potenciais riscos associados à tecnologia de IA em questão. Isso inclui avaliar riscos relacionados à privacidade e segurança de dados, propriedade intelectual, dependências operacionais e potenciais responsabilidades. Uma vez identificados esses riscos, é essencial determinar como alocar de forma justa os riscos entre as partes contratantes. Essa alocação deve refletir a natureza da tecnologia de IA, as capacidades de cada parte e o contexto de uso. A alocação justa de riscos não só mitiga potenciais disputas legais, mas também promove um senso de compreensão mútua e confiança.

Flexibilidade para Adaptações Futuras

Dado o cenário rapidamente evolutivo da tecnologia de IA e a regulamentação legal desse cenário, os contratos precisam ser elaborados com flexibilidade em mente. As equipes jurídicas internas devem criar cláusulas ágeis que permitam ajustes em resposta a avanços tecnológicos, mudanças nos requisitos legais ou mudanças nas estratégias de negócios. Tais cláusulas adaptativas podem incluir disposições para revisões regulares, atualizações nos padrões de desempenho ou modificações à luz de novos frameworks regulatórios. A flexibilidade garante que os contratos permaneçam relevantes e eficazes ao longo do tempo, acomodando a natureza dinâmica da IA.

Consulta de Especialistas

A complexidade e a natureza especializada da tecnologia de IA exigem consulta com especialistas tanto em tecnologia de IA quanto em Direito. Os profissionais jurídicos devem colaborar com tecnólogos de IA para obter uma compreensão mais profunda do sistema de IA. Insights de especialistas jurídicos especializados em IA podem fornecer perspectivas valiosas sobre tendências legais emergentes, potenciais responsabilidades e conformidade regulatória. Essa abordagem multidisciplinar garante que os contratos sejam tecnicamente viáveis, juridicamente sólidos e alinhados com as melhores práticas da indústria.

Essa abordagem multidisciplinar garante que os contratos sejam tecnicamente viáveis, juridicamente sólidos e alinhados com as melhores práticas da indústria.

Abordagem Equilibrada

Negociações bem-sucedidas de contratos relacionados à IA dependem do alcance de um equilíbrio entre proteger os interesses das partes contratantes e garantir que o contrato seja justo e sustentável. Isso significa elaborar acordos que sejam mutuamente benéficos e considerem as necessidades, capacidades e restrições de cada parte. Um contrato equilibrado não só aborda os requisitos imediatos da implantação da IA, mas também estabelece as bases para um relacionamento cooperativo de longo prazo. Uma abordagem equilibrada para negociações de contratos relacionados à IA envolve comunicação clara, compreensão de objetivos mútuos e disposição para encontrar consensos.

Ao incorporar essas estratégias, os profissionais jurídicos podem negociar contratos de IA que sejam conscientes dos riscos, adaptáveis, informados por especialistas e equilibrados, estabelecendo assim uma base sólida para a integração bem-sucedida da IA.

A IA é uma tecnologia altamente disruptiva que amadurece e encontra novas aplicações diariamente. O Direito e as práticas jurídicas não são, e não devem ser, imunes às mudanças tecnológicas. Pelo contrário, as estratégias e as abordagens para gerenciar o impacto da IA, desde o tribunal até a sala de reuniões, devem continuar a evoluir e se adaptar para corresponder à natureza mercurial da IA.

 

1 LLMs, ou Large Language Models (Modelos de Linguagem de Grande Escala), são sistemas de inteligência artificial treinados em vastos conjuntos de dados textuais para compreender, gerar e responder a texto de maneira semelhante à linguagem humana. Eles utilizam técnicas avançadas de aprendizado de máquina, como redes neurais profundas, para prever e produzir texto coerente e relevante em diversas aplicações, desde chatbots até tradução automática e criação de conteúdo.

2 PII, ou Personally Identifiable Information (Informação Pessoalmente Identificável), refere-se a qualquer dado que possa ser usado para identificar, localizar ou contatar uma pessoa específica. Exemplos comuns incluem nome, endereço, número de telefone, e-mail, número de CPF, e dados biométricos. A proteção de PII é crucial para garantir a privacidade e a segurança das informações pessoais.

3 O Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR) é uma legislação da União Europeia que entrou em vigor em 25 de maio de 2018. Ele estabelece diretrizes rigorosas para a coleta, armazenamento, processamento e compartilhamento de dados pessoais dos cidadãos da UE. O GDPR visa proteger a privacidade dos indivíduos e dar-lhes maior controle sobre seus dados pessoais.

4 A Lei de Privacidade do Consumidor da Califórnia (CCPA) é uma legislação estadual dos Estados Unidos que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2020. Ela visa proteger a privacidade dos residentes da Califórnia, dando-lhes mais controle sobre como suas informações pessoais são coletadas e usadas.

 

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